Dogmas marianos:
conheça as verdades de fé sobre Nossa Senhora
A Igreja possui uma série de verdades de fé, conhecidas como
dogmas, em que os católicos devem crer. No total, são 44 dogmas subdivididos em
8 categorias diferentes - sobre Deus; sobre Jesus Cristo; sobre a criação do
mundo; sobre o ser humano; sobre o Papa e a Igreja; sobre os sacramentos; sobre
as últimas coisas; sobre Maria.
Segundo o
doutorando em Mariologia pela Universidade Católica de Dayton (EUA) e membro do
Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt, Alexandre Awi de Mello, os dogmas
na Igreja são verdades salvíficas. "Muitas vezes utiliza-se a palavra
dogma como se fosse algo pesado, difícil, mas, na realidade, é uma grande
bênção, um presente. São verdades da fé em que cremos e que a Igreja sente
necessidade de esclarecer. São verdades que trazem salvação e mensagem de
esperança", salienta.
Os dogmas
marianos são alguns dos que levantam as discussões mais acaloradas. Eles são quatro:
Ø
Perpétua Virgindade de Maria
Ensina que
Maria é virgem antes, durante e depois do parto. É o dogma mariano mais antigo
das Igrejas Católica e Oriental Ortodoxa, afirmando a "real e perpétua
virgindade mesmo no ato de dar à luz o Filho de Deus feito homem" (Catecismo da Igreja Católica, 499).
Essa doutrina foi definida dogmaticamente pelo Concílio de Trento, em 1555,
embora já fosse um dogma no cristianismo primitivo, como indicam escritos de
São Justino Mártir e Orígenes.
"É uma
crença que já está na sagrada Escritura e defende que Maria concebeu Jesus
virginalmente, deu à luz virginalmente e assim permaneceu até o final da
vida", ressalta padre Alexandre.
Ø
Maria, Mãe de Deus
Maria é
verdadeiramente Mãe do Deus encarnado, Jesus Cristo. Já nos primeiros três
séculos, os Padres da Igreja utilizaram as definições Mater Dei (em latim) ou
Theotókos (em grego), que significam Mãe de Deus, tais como Inácio (107),
Orígenes (254), Atanásio (330) e João Crisóstomo (400). Essa doutrina foi
definida dogmaticamente pelo Terceiro Concílio Ecumênico, realizado em Éfeso,
em 431.
"Jesus
é plenamente homem e plenamente Deus. Maria foi Mãe deste Deus feito homem, que
é Jesus; assim, Maria é Mãe de Deus. É uma realidade que dá fundamento a todas
as outras. É uma verdade, em primeiro lugar, sobre Cristo, pois é preciso
afirmar que Jesus é verdadeiramente Deus para que possamos falar que Maria é
Mãe de Deus", explica padre Alexandre.
Ø
Assunção de Maria
Indica que
a Virgem Maria, ao fim de sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma à
glória dos céus. Essa doutrina foi definida dogmaticamente pelo Papa Pio XII na
Constituição Munificentissimus Deus,
em 1º de novembro de 1950.
"Depois
de elevar a Deus muitas e reiteradas preces e de invocar a luz do Espírito da
Verdade, para glória de Deus onipotente, que outorgou à Virgem Maria sua
peculiar benevolência; para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e
vencedor do pecado e da morte; para aumentar a glória da mesma augusta Mãe e
para gozo e alegria de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus
Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e com a nossa,
pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada
Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi
assunta em corpo e alma à glória do céu", indica o Papa.
"É uma
verdade em que a Igreja acredita desde os séculos 5 e 6, quando já havia uma
celebração da então chamada Dormição de Maria", complementa padre
Alexandre.
Ø
Imaculada Conceição de Maria
Defende que
a concepção de Maria foi realizada sem qualquer mancha de pecado original, no
ventre da sua mãe. Dessa forma, ela foi preservada por Deus do pecado desde o
primeiro momento da sua existência, como apontam as palavras do Anjo Gabriel -
"sempre cheia de graça divina" - kecaritwmenh,
em grego. Essa
doutrina foi definida dogmaticamente pelo Papa Pio IX na Constituição Ineffabilis Deus, em 8 de dezembro de
1854.
A festa da Imaculada Conceição de
Maria é celebrada em 8 de Dezembro, definida inicialmente em 1476 pelo Papa
Sixto IV. Também neste caso, muitos escritos dos Padres da Igreja já defendiam
a Imaculada Conceição de Maria, pois era adequado que a Mãe do Cristo estivesse
completamente livre do pecado para gerar o Filho de Deus.
Fonte: http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=284522
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