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quarta-feira, 20 de março de 2013

Papa Francisco: agradecimento pelos serviços prestados

Jornaleiro argentino recebe ligação do Papa Francisco


Luis Del Regno, proprietário da banca de jornal em Buenos Aires-ARG

       Na última terça-feira, dia 19, às 13h15min tocou o telefone numa banca de jornais em frente à Praça de Maio, na cidade de Buenos Aires. Um homem que estava trabalhando no local, filho do proprietário, atendeu e se deu conta de que era uma voz conhecida.
       “Olá, Daniel, quem fala é o cardeal Jorge”, disse. “Pare, Mariano, não seja idota”, contestou, pensando ser um amigo que sabia que o Papa Francisco, quando era arcebispo de Buenos Aires, comprava o jornal ali. “É sério, sou eu Jorge Bergoglio, estou falando-lhe de Roma”, retrucou do outro lado da linha. E Daniel Del Regno começou a chorar.
       “Entrei em choque, me pus a chorar, não sabia o que dizer-lhe”, contou. “Me agradeceu pelo tempo em que lhe entregamos o jornal e mandou um abraço para minha família”, acrescentou.
       Os Del Regno são Luis e Daniel, pai e filho, donos, desde de 1997, da banca de jornal localizada na rua Hipólito Yrigonyen, número 478, em Buenos Aires.
       “Nos domingos, às 5h30min, ele passava pela banca, comprava o La Nacion [jornal argentino], passava uns dez minutos e tomava o ônibus 28 para ir a Lugano, ver as crianças e as pessoas doentes”, contou Luis.
       “Posso contar milhares de histórias. Por exemplo, ele comprava o La Nacion com um plástico, para que não estragasse quando houvesse chuva ou vento. No fim do mês, ele me trazia todos os plásticos do mês, os 30”, recordou.
       Luis admitiu que fica arrepiado quando recorda que esse homem “tão sensível” é agora o Papa. “Em junho batizou meu neto, foi uma emoção impressionante. E terça chamou meu filho à banca, de Roma, para saudá-lo e para dizer-lhe que não levaremos mais o jornal pois não estaria mais aqui. É algo inesquecível em minha vida: eu sei o que é, uma coisa única”, afirmou.
       Seu filho Daniel relatou, emocionado, a conversa que teve com o Papa. “Falamos de um detalhe que aconteceu a um mês, quando partiu, sabíamos da viajem. As palavras que lhe disse foram: ‘Jorge, você vai pegar o bastão?’, e ele respondeu: ‘Isso é ferro quente, nos vemos em 20 dias, você continua vendendo o jornal’. E bom, depois… A história já conhecemos”, disse.
       “Disse-lhe para se cuidar, que queria saber dele, que lhe mandava um beijo grande e lhe perguntei se existia a possibilidade de vê-lo novamente. Ele me disse que daqui a um tempo isso vai ser muito complicado, mas que sempre estaria presente” contou Daniel sobre o que conversou com o Pontífice.
       Por fim, o Papa Francisco pediu a Daniel que rezasse por ele.



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