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sexta-feira, 22 de março de 2013

Reflexões vindas do Oriente Médio

Via-Sacra no Coliseu terá meditações de jovens libaneses




Jovens libaneses desenvolveram as meditações guiados pelo Patriarca de Antioquia dos Maronitas, Cardeal Dom Bechara Boutros Raí
       A Via-sacra, no Coliseu, na Sexta-feira Santa deste ano, terá meditações que farão conhecer as ansiedades e expectativas das populações do Oriente Médio. Bento XVI, antes de renunciar ao Ministério Petrino, havia pedido que fossem os jovens do Líbano a dar voz às estações da Via-sacra.
       Guiados pelo Patriarca de Antioquia dos Maronitas, Cardeal Dom Bechara Boutros Raí, um grupo de jovens desenvolveu as meditações espirituais, as reflexões sobre os sofrimentos do mundo contemporâneo, as esperanças e as expectativas. Veja abaixo a entrevista com o Cardeal Raí:

Card. Raí - “O importante na Via-crucis é que cada um possa encontrar-se na face de Cristo e possa ter a luz e a força de poder levar a própria cruz. Este é o significado das estações: se chamam ‘estações’, que significa ‘paradas’ de meditação pessoal e comum com Cristo, o qual reflete o nosso sofrimento e nós encontramos n’Ele as luzes de esperança”.

O senhor falou de sofrimento. Quais quiseste trazer à tona?
Card. Raí - “A guerra, a violência, a expectativa dos jovens que encontram fechados seus horizontes, o sofrimento das migrações, a falta de segurança para o futuro dos jovens e aquela dos problemas insolúveis: a comunidade internacional não se preocupa em encontrar soluções aos problemas da paz mundial, da justiça. Nós, no Oriente Médio, vivemos a grande tragédia da questão Palestina, a tragédia da guerra da Síria, da convivência com os muçulmanos, o problema dos fundamentalistas…”.

Existem muitos trechos tirados da Liturgia Oriental e existem outros tirados da Exortação pós-sinodal de Bento XVI ‘Ecclesia in Medio Oriente’. Como esta exortação lhe inspirou?
Card. Raí -  “É rica. A Exortação Apostólica, nesta chamada a ‘um’, à comunhão, ao abrir-se aos outros, a construir pontes com todos aqueles com quem vivemos. De fato, na Exortação Apostólica à comunhão, parte da comunhão interna, da comunidade ou da Igreja, mas também das outras Igrejas – Católica, Ortodoxas, Protestantes -, dos muçulmanos, dos judeus e das outras religiões com quem vivemos. Isto deu muito impulso à abertura em vivermos em comum. É testemunhar o amor de Cristo. Encontramos na Exortação Apostólica uma grande mina de idéias para poder exprimir as ansiedades, as orações, junto à liturgia oriental: Liturgia de Antioquia, Liturgia bizantina, siríaca…..”

Meditações sobre a dor e sobre o sofrimento: e mesmo assim abrem as portas à esperança…
Card. Raí -  “Certamente, porque estamos seguros que ‘as estações’ não terminam. De fato, em muitas das tradições das nossas Igrejas, elas não terminam com a XIV, mas existe também a XV, ou mesmo a Ressurreição. Todo o significado das meditações e do sofrimento é para que se chegue ao Domingo: não paramos na sexta-feira, mas chegamos até o Domingo. Sofremos, morremos, mas para a Ressurreição”.

Resumidamente, qual é a mensagem que os jovens libaneses querem levar para a humanidade?
Card. Raí -  “O valor da paz, o grito contra a injustiça, porque os jovens libaneses vêem com os próprios olhos que existe tanta injustiça. Penso que Bento XVI, profeticamente, desejou que estes jovens exprimissem, em nome da humanidade, o seu grito de dor, de esperança e de justiça”.



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