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quinta-feira, 18 de abril de 2013

Assembleia Geral: afrodescendentes

Bispos lembram a luta e causa dos afrodescendentes


Celebração Eucarística foi presidida por Dom Zanoni Demettino de Castro
(na foto, o sacerdote que está ao centro), Bispo de São Mateus (ES)


       O compromisso com a promoção e a dignidade dos afrodescendentes foi colocado sob o Altar na Santa Missa desta quarta-feira, dia 17 de abril, durante a 51ª Assembleia Geral da CNBB, no Santuário Nacional. A Celebração Eucarística foi presidida pelo Bispo de São Mateus (ES), Dom Zanoni Demettino de Castro.       No início da Missa, o Bispo da Diocese de Guarapuava (PR), Dom Antônio Wagner da Silva leu uma mensagem fazendo memória aos 125 anos da Leia Áurea, do fim de uma luta e inicio de outra em busca dos direitos da negritude. De acordo com Dom Antônio Wagner, atualmente existe mais de 30 bispos afrodescendentes entre o episcopado brasileiro.
       Em sua homilia, Dom Zanoni Demettino destacou as batalhas do povo negro na história, o sofrimento durante o período da escravidão e as suas lutas atuais.
       “No primeiro momento do dia, nos reunidos no Santuário da mãe negra, Nossa Senhora Aparecida, oferecendo no altar do Pai as alegrias e dores do povo negro. Somos descendentes daquele povo que foi arrancado de suas terras, um povo que constitui as nossas raízes e ao Senhor confiamos o seu cuidado”, afirmou.
       Dom Zanoni ainda ressaltou que embora vivamos em um tempo novo ainda precisamos lutar pela causa dos afrodescendentes e pela Pastoral Afro-Brasileira. O Bispo de São Mateus destacou as palavras de Jesus no Evangelho de hoje em que diz ‘Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede. Eu, porém, vos disse que vós me vistes, mas não acreditais. Todos os que o Pai me confia virão a mim, e quando vierem, não os afastarei’.
       “Jesus é o pão da vida, aquele que desceu do céu para fazer a vontade do Pai. Que não se percam nenhum daqueles que lhe foram confiados”. Dom Zanoni afirmou também que em sua diocese, São Mateus no Espírito Santo, existem 32 comunidades quilombolas.
       O Bispo lembrou entre tantas lutas, a Batalha do Cricaré, um dos mais sangrentos massacres promovido pelos portugueses contra índios Tapuias. Aconteceu no Rio São Mateus, também conhecido como Cricaré, atualmente município de São Mateus, onde é bispo diocesano. “Esse infeliz episódio é narrado pelo beato José de Anchieta, que fundou a cidade de São Mateus”, destacou.
       “Agradeço a Deus, colocando no seu Altar a vida tantos irmãos e irmãs afrodescendentes que testemunharam em sua vida a fé que receberam. As consequências dos 300 anos de escravidão ainda não foram reparados. Ainda nos nosso dias convivemos com a discriminação no trabalho, na escola, nas relações cotidianas”, acrescentou. “Peçamos a Deus, com a intercessão da soberana Mãe de Deus, a Senhora Aparecida, pelo compromisso com o povo negro”, concluiu.


Fonte: http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=289096

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