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quinta-feira, 18 de abril de 2013

Papa Francisco: encontro com Laham

Papa Francisco recebe Patriarca Laham no Vaticano


Gregorios III Laham
Patriarca Greco-melquita de Damasco


       O Papa Francisco recebeu em audiência nesta quinta-feira, dia 18, no Vaticano, o patriarca greco-melquita de Damasco, Gregorios III Laham. Em entrevista à Rádio Vaticano, o patriarca falou sobre a guerra na Síria afirmando que a paz não se reduz ao armamento ou não armamento. “Infelizmente, na Europa e nos Estados Unidos se fala somente de armamento ou não armamento. É realmente uma pena pensar somente nesses termos. Não se fala de esforços mais sérios, realistas e eficazes para a paz. Armamento ou não armamento, não é esse o ponto!”
       “Nós somos as vítimas dessa hesitação. Neste momento, temos muitos cristãos entre as vítimas. Tudo isso como se nada tivesse acontecido! Há uma clara injustiça na consideração, na avaliação da situação. Morremos, todos os dias somos vítimas do caos, corremos o risco de sermos sequestrados, de permanecermos vítimas de alguma explosão, e esta explosão poderia ser de uma escola, uma fábrica, uma universidade, contra pessoas que caminham pelas ruas, uma igreja”, afirmou  o patriarca.
       Segundo Laham, o problema não é armamento ou não armamento. “O problema é como fazer a paz nesta terra que, como disse o Santo Padre, está sofrendo”. Diante dos conflitos na Síria, o patriarca diz colocar suas esperanças no encontro que acontecerá em junho entre Putin e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. “Esperamos que os dois países possam chegar a um acordo sobre como sair da crise e não sobre armamentos. Se ficarmos nessa dialética de armamento ou não armamento e a quem fornecer armas, só teremos mais combates, mais vítimas, mais misérias e sofrimentos no Oriente Médio.”
       Neste momento, o Líbano corre mais perigos do que a Síria, disse o patriarca, porque é mais frágil, mais dividido, é um pequeno país e seus problemas são graves. “Beirute queima todos os dias, estamos constantemente ameaçados. A Jordânia ainda se salva, a Palestina sofre no entanto, Gaza sofre, estão divididos; o Iraque está traumatizado, sempre vítima de explosões, atentados e divisões internas.”
       Para Laham, é por esta razão que fazer a paz na Síria significa fazer a paz em todo o Oriente Médio. “É o melhor passo para a paz na Palestina e para a solução do conflito israelense-palestino. As relações entre Oriente e Ocidente estão condicionadas por uma solução justa e equitativa dos problemas da Síria.”


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