JMJ Rio2013 contagia os cariocas
Jovens com mochilas azuis, verdes e amarelas nas costas caminhando pelas ruas, palcos com shows e apresentações artísticas em diversas áreas da cidade, bandeiras de países diferentes circulando nas mãos desses mesmos jovens, músicas e idiomas variados ouvidos nos metrôs, ônibus e ruas. Tudo isso não passa desapercebido pelos moradores do Rio de Janeiro. Intrigados pela multidão que tomou conta do Rio para o encontro com o Papa Francisco, os moradores da cidade estão assistindo atentos as movimentações da Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio2013).
A Santa Missa de Abertura, na terça-feira, impressionou muitos cariocas que paravam para observar o evento devido a quantidade de jovens na praia de Copacabana. “O que mais chama a minha atenção é o jeito pacífico dessa juventude. Está todo mundo imbuído de carinho, amizade e respeito. Eu estou com o pé machucado, mas mesmo assim eu vim caminhar e admirar de perto a beleza desse evento”, disse Eli Fátima Abrantes, 64 anos, moradora do bairro.
Apesar do clima frio, vento forte e constantes pancadas de chuva, muitas pessoas acompanhavam de longe. “Eu estou simplesmente adorando. Nunca tinha visto algo assim”, comenta Thalia Marra, 27 anos, que trabalha num edifício alto em Copacabana e estava vislumbrada. “Os jovens estão em clima de confraternização. Eles sorriem, cantam, dançam... Eu ainda não sei explicar de que forma, estar presenciando tudo isso impacta a minha vida, mas com certeza, me envolve em muito amor, fraternidade e paz. É bonito observar como todos estão numa mesma sintonia”, afirmou Thalia.
Um jovem carioca que assistia em um dos 24 telões espalhados pela praia disse estar impressionado com a dimensão do evento. “Isso é raro de ser ver. Jovens católicos do mundo inteiro reunidos para celebrar sua fé. Desde quando soube pelos noticiários que esse evento aconteceria aqui no Rio, não imaginava a quantidade de pessoas. Moro aqui pertinho e quero participar” pontuou Rodrigo Pagliare, 19 anos.
Outros Atos Centrais da JMJ Rio2013 acontecerão em Copacabana nos dias 25 de julho, com acolhida ao Papa Francisco, e 26, com a Via-Sacra também com o pontífice. “Eu estou achando a coisa mais linda. O carioca já tem a experiência de multidão por causa do Reveillon, mas eu encaro esse evento de uma forma nova. Há um sentimento muito igual das pessoas. É muito boa essa troca de paz, amor e afetividade. Eu não idealizava a grandeza da Jornada. Comparando-a com as frequentes manifestações que acontecem em todo Brasil. Posso dizer que assim como os jovens acordaram para a política, esse evento vai ajudar muitos outros acordarem para a religião”, destacou a carioca Sheila Vaz, 61 anos.
Ambulantes lucram e rezam na JMJ Rio2013
A Cerimonia e Abertura da JMJ Rio2013 reuniu cerca de 600 mil pessoas na orla da praia de Copacabana. Para a maioria era o momento de calma, reflexão e fé. Para outros era hora de trabalhar. Vendedores ambulantes de água e refrigerantes foram credenciados junto à Prefeitura e possuíam crachá de identificação. Porém algumas pessoas aproveitavam a oportunidade para oferecer outros produtos aos jovens.
Vera Moulin chegou com o carrinho de cachorro quente, emprestado do sobrinho, na esquina da Avenida Atlântica com Rua Hilário Gouveia, próximo à orla de Copacabana onde aconteceu a Santa Missa. O local estratégico, era uma das rotas de saída dos peregrinos. “Eu trabalhei o dia inteiro, se não viesse vender estaria em casa descansando, mas aqui estou uma graninha e ainda vendo a Missa”, disse.
O alimento é preparado na hora e com várias opções para o cliente como queijo, milho, ervilha e molhos. Vera já tem experiência com o ramo alimentício e disse que a escolha foi pelo cachorro quente ser um lanche prático e conhecido mundialmente. “Já veio paulista, cearense, cubano, francês, argentino. Vende para todo mundo”, disse contabilizando os lanches vendidos.
Já Leonardo Pereira estava contente pela chuva que começava. Ele e mais quatro amigos, que moram na comunidade Pavão Pavãozinho, estavam vendendo capas plásticas na orla. A escolha por esse produto se deu após olhar a previsão do tempo. “A gente viu na TV que tinha possibilidade de chover. Compramos tudo e ficamos torcendo aqui porque queremos vender”, afirmou.
Durante a Cerimônia de Acolhida do Papa Francisco nesta quinta-feira, dia 25, eles ainda estão indecisos sobre o que fazer. “Na hora de ver o Papa, eu não sei. Quero vender, mas acho que vou deixar tudo para lá porque eu quero mesmo é ver o Papa”, confessa o garoto de 16 anos.
Enquanto isso, Aldrovando Andrade, 64 anos, vendia o típico amendoim assado e salgadinho. Vendedor nas praias da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, por mais de 23 anos, ele apostou na grande concentração de pessoas em Copacabana para conseguir uma renda a mais para casa. Estrangeiros não são problemas para ele, pois já aprendeu a palavra em outras línguas: “Aprendi que para espanhol é maní e americano é peanut. Falando isso eles entendem e vêm comprar”.
Porém o dinheiro não é a única coisa que motiva Aldrovando. Ele esteve presente na vinda de João Paulo II ao Rio de Janeiro quando também vendeu aperitivos feitos pela esposa. “Logo depois que ele veio recebi muitas bênçãos. A gente vai trabalhando e orando porque ele abençoa a gente. Ele sabe que estamos aqui por ele e pelo sustento da nossa família.”, contou emocionado.
Fonte: Site oficial da JMJ Rio2013
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