"Riquezas e preocupações sufocam a Palavra de Deus", disse o Papa
As riquezas e as preocupações do mundo “sufocam a Palavra de Deus”. Na homilia da Santa Missa celebrada na manhã deste sábado, dia 22, o Papa Francisco lembrou aos fiéis que a Palavra, quando não é guardada, morre sufocada.
O Santo Padre, partindo das palavras de Jesus no Evangelho deste sábado, se deteve sobre o tema das riquezas e das preocupações. Jesus, disse o Papa, tem uma ideia clara sobre isso: “são as riquezas e as preocupações do mundo que sufocam a Palavra de Deus, esses são os espinhos que sufocam a semente caída na terra, dos quais se fala na Parábola do Semeador”.
Francisco explica que a Palavra morre, porque não é custodiada: é sufocada. Nesse caso se serve à riqueza ou se serve à preocupação, mas não à Palavra de Deus, disse ele.Depois o Pontífice, ressaltou que a vida humana está fundada em três pilares: um no passado, um no presente e outro no futuro. Sucessivamente, Eleição, Aliança e Promessa.
O pilar do passado, explicou, “é o da eleição do Senhor”. “De fato, cada um de nós pode dizer que o Senhor me elegeu, me amou, me disse ‘venha’, e com o Batismo elegeu-me para caminhar nesta estrada, a estrada cristã”. O futuro, segundo o Papa, diz respeito ao “caminhar rumo a uma Promessa”; o Senhor “fez uma promessa conosco”. Por fim, o presente é a resposta do homem a Deus. “Um Deus tão bom que me elegeu, faz uma promessa, me propõe uma aliança e eu faço uma aliança com Ele”.
“Os três pilares de toda a história da Salvação. Mas quando o nosso coração entra nisso que Jesus nos explica, tira o tempo: tira o passado, tira o futuro, e se confunde no presente. Quem é apegado às riquezas, não se importa com o passado nem com o futuro, tem tudo ali no presente. A riqueza é um ídolo. Não preciso de passado, de uma promessa, de uma eleição: de nada disso. Quem se preocupa com o que pode acontecer extrai a sua relação com o futuro – ‘Mas, isso pode caminhar?’ – e o futuro se torna futurível, mas não o orienta em direção a nenhuma promessa: permanece confuso, permanece só”, disse o Santo Padre.
Com isso, reiterou o Papa, Jesus diz que: ou se segue o Reino de Deus ou as riquezas e as preocupações do mundo. Estas, segundo o Francisco, são as duas coisas que fazem as pessoas esquecerem o passado e viverem como se não existisse Deus, que é um Pai para todos. Sendo assim, disse, “o nosso presente é um presente que não se realiza”.
“Esquecer o passado, não aceitar o presente, desfigurar o futuro: é o que fazem as riquezas e as preocupações. O Senhor nos diz: ‘Estejam tranquilos! Busquem o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais lhes será acrescentado. Peçamos ao Senhor a graça de não errar com as preocupações, com a idolatria da riqueza e de sempre lembrar que temos um Pai, que nos elegeu; lembrar que este Pai nos promete uma coisa boa, que é caminhar rumo àquela promessa e ter a coragem de aceitar o presente como vem. Peçamos essa graça ao Senhor!”
Concelebraram a Santa Missa, o Bispo de Santa Clara, em Cuba, Dom Arturo González, dentre outros bispos. Também participaram, um grupo de funcionários dos Museus Vaticanos.
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