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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Papa Francisco: Discurso da Reunião das Obras para ajuda às Igrejas Orientais

Discurso do Papa – Reunião das Obras para ajuda às Igrejas Orientais


Discurso do Papa - Reunião das Obras para ajuda às Igrejas Orientais
DISCURSOAudiência com os participantes da Assembleia da Reunião das Obras para ajuda às Igrejas Orientais (R.O.A.C.O)Sala do Consistório do Palácio ApostólicoQuinta-feira, 20 de junho de 2013

Boletim da Santa Sé


Queridos amigos,

1. Bem vindos, todos! Acolho-vos com alegria para agradecer ao Senhor, junto aos irmãos e irmãs do Oriente, aqui representados por alguns de seus Pastores e por vossos Superiores e Colaboradores da Congregação para as Igrejas Orientais e membros das Agências que compõem a ROACO. Sou grato a Deus pela fidelidade a Cristo, ao Evangelho e à Igreja, que os católicos têm demonstrado ao longo de séculos, enfrentando todo cansaço pelo nome cristão e “conservando a fé” (cfr 2 Tm 4, 6-8). Estou próximo a eles com gratidão.  Estendo o meu agradecimento a cada um de vocês, e às Igrejas das quais vocês são expressão, pelo quanto trabalham em seu favor e retribuo a cordial saudação que me dirigiu o Cardeal Prefeito. Como os meus Predecessores, desejo encorajar-vos e apoiar-vos no exercício da caridade, que é o único motivo de orgulho para os discípulos de Jesus. Esta caridade vem do amor de Deus em Cristo: a Cruz é o seu vértice, sinal luminoso da misericórdia e da caridade de Deus para com todos, que foi derramada em nossos corações por meio do Espírito Santo (cfr Rm 5, 5).

2. É para mim um dever exortar à caridade, que é inseparável daquela fé na qual o Bispo de Roma, o Sucessor do apóstolo Pedro, deve confirmar os irmãos. O Ano da Fé nos leva a professar de modo ainda mais convencido o amor de Deus em Cristo Jesus. Peço-vos para acompanharem-me na minha tarefa de unir a fé à caridade, que é inerente ao Serviço Petrino. Sant Inácio de Antioquia tem aquela densa expressão com a qual define a Igreja de Roma: “a Igreja que preside à caridade” (Carta aos Romanos, saudação). Convido-vos, portanto, a colaborar “na fé e na caridade de Jesus Cristo Deus nosso” (ibid), recordando-vos que o nosso trabalho será eficaz somente se enraizado na fé, alimentado pela oração, especialmente pela Santa Eucaristia, Sacramento da fé e da caridade.

3. Queridos amigos, é este o primeiro testemunho que devemos oferecer no nosso serviço a Deus e aos irmãos, e somente deste modo cada ação nossa será fecunda. Continuem o vosso trabalho inteligente e carinhoso na realização de projetos bem ponderados e coordenados, que dêem a oportuna prioridade à formação, especialmente dos jovens. Mas não esqueçam nunca que estes projetos devem ser sinais daquela profissão de amor de Deus que constitui a identidade cristã. A Igreja, na multiplicidade e riqueza de seus componentes e de suas atividades, não encontra a sua segurança em meios humanos. A Igreja é de Deus, tem confiança na sua presença e na sua ação e leva ao mundo o poder de Deus que é aquele do amor. A Exortação Apostólica pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente seja para vocês uma referência preciosa no vosso serviço.

4. A presença dos Patriarcas de Alexandria dos Coptos e da Babilônia dos Caldeus, como os Representantes Pontifícios na Terra Santa e na Síria, do Bispo auxiliar do Patriarca de Jerusalém e da Custódia da Terra Santa, levam-me com o coração aos Lugares Santos da nossa Redenção, mas reaviva em mim a viva preocupação eclesial com as condições de tantos irmãos e irmãs que vivem em uma situação de insegurança e de violência que parecem intermináveis e não poupa os inocentes e os mais frágeis. A nós crentes é pedido a oração constante e confiante para que o Senhor conceda a desejada paz, unida à partilha e à solidariedade concreta. Gostaria de dirigir mais uma vez do fundo do meu coração um apelo aos responsáveis dos povos e dos organismos internacionais, aos crentes de cada religião e aos homens e mulheres de boa vontade para que se coloque fim a toda dor, toda violência, toda discriminação religiosa, cultural e social. O confronto que semeia morte deixe espaço ao encontro e à reconciliação que leva vida. A todos aqueles que estão no sofrimento digo com força: não percam nunca a esperança! A Igreja está com vocês, acompanha-os e os apoia! Peço-vos para fazer tudo o possível para aliviar as graves necessidades das populações atingidas, em particular as sírias, o amado povo da Síria, os deslocados, os refugiados sempre mais numerosos. O próprio Santo Inácio de Antioquia pedia aos cristãos de Roma: “lembrem-se em vossa oração da Igreja na Síria… Jesus Cristo se voltará a ela e à sua caridade” (Carta aos Romanos IX, I). Também eu vos repito isso: lembrem-se em vossa oração da Igreja na Síria… Jesus Cristo se voltará a ela e à sua caridade . Ao Senhor da vida, confio as incontáveis vítimas e imploro à Santíssima Mãe de Deus para que console quantos estão na “grande tribulação” (Ap 7, 14). É verdade, isto na Síria é uma grande tribulação!

Sobre cada um de vós, sobre vossas agências e sobre todas as Igrejas Orientais, concedo de coração a Benção Apostólica.



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